Alimentos gordurosos e industrializados poderão ter rótulos que alertam sobre riscos

A indicação de informações mais claras e didáticas nos rótulos de alimentos industrializados e gordurosos, com o objetivo de alertar os consumidores sobre os riscos à saúde da população, é o que prevê o projeto de lei 470/2016, que começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), de autoria do deputado estadual Rasca Rodrigues (PV).

A proposta cria o Selo Nutricional, que indica gradualmente se o alimento é saudável ou não, além de cobrar rótulos diferenciados que tragam informações nutricionais completas dos alimentos.

Pelo projeto, alimentos ultraprocessados, embalados líquidos e sólidos, deverão vir acompanhados de selos que identifiquem o teor de nutrientes contido nos produtos. A ideia é que os alimentos recebam quatro tipos de selos – que de acordo com a quantidade de açúcar, gordura total, gordura saturada, sódio e fibras – podem ser classificados como um produto saudável (selo dourado), chegando até ao selo que faz um alerta para o consumo (selo vermelho).

O projeto também modifica as informações que são obrigatórias nas tabelas nutricionais, com o intuito de deixá-las mais simplificadas ao consumidor. Além dos dados, já obrigatórios, como o valor energético e nutricional que têm como referência uma porção, o projeto prevê que as tabelas informem o número de porções de cada produto, indicando o conteúdo energético total.

Segundo Rodrigues, as tabelas atuais não trazem informações úteis aos consumidores e a adoção dos selos pode conscientizar melhor na hora da compra. “Os rótulos, hoje, estão avançados no sentido de indicarem a quantidade de calorias.

Mas não indicam se àquilo que está na tabela é bom ou ruim. A adoção de selos, a exemplo do que já acontece na separação do lixo, por exemplo, é mais educativa e fará com que as pessoas tenham a liberdade de escolher entre um produto saudável ou não”, explicou ele.

Nesta quarta-feira (16), o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), João Caetano Marchesini, esteve na Alep para apresentar o estudo “Desenvolvimento de selo para identificação do teor de nutrientes embalados”, desenvolvido por Marchesini juntamente com professores da Universidade Federal do Paraná e Universidade Positivo, que serviu como base científica para a elaboração do projeto 470/2016.

Pelo estudo, pioneiro no país, 89% dos consumidores, ao se depararem com um selo vermelho alertando os riscos à saúde de determinado alimento mudaram suas escolhas de compra no supermercado. Apenas 11% mantiveram a opção por alimentos gordurosos e industrializados com o selo vermelho.

“A inclusão de um selo de cores diferenciadas é uma ferramenta importante para a interpretação das informações contidas nos produtos ultraprocessados e influência na escolha por alimentos saudáveis. O estudo que apresentamos comprova esta mudança de comportamento”, declarou Marchesini.

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Disponível em: http://www.bonde.com.br/saude/nutricao/alimentos-gordurosos-e-industrializados-poderao-ter-rotulos-que-alertam-sobre-riscos-a-saude-427919.html

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